segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Filme Her

O filme her, ou "Ela" em português brasileiro ou "Uma história de amor" em Portugal, é um filme para refletirmos sobre a modernidade. O abuso do zoom nas cenas, capturando o semblante do personagem dá um toque intimista, humano e reflexivo ao filme. O filme tem um tempero de ficção científica e me faz pensar em como nossos filhos ou netos se relacionarão amorosamente, como serão suas visões sobre amor e sexo.

Quais serão suas taras, fetiches e comportamentos sexuais, serão eles solitários de corpo e alma? Seus corpos ansiarão por toques humanos e suas almas por companhia? O contato mais íntimo que terão será com bytes de tecnologias futuristas criadas para ser para eles parceiros perfeitos dada a sua imaturidade de perceber que o outro possui suas escolhas, suas necessidades, seus sonhos, gritos, desejos, dores e febres?

E em meio a esse comportamento narcisista, suas únicas companhias serão sistemas operacionais, ou através de sistemas operacionais, com outros seres humanos em fóruns, sites de relacionamento, pornografia, jogos, etc?

Qual a dilaceração sofrida por suas almas e qual os sonhos que nunca vão sonhar em um mundo frio onde eles se tornarão lentamente menos humanos. E terão eles essa noção que estão se tornando cada vem menos parecidos com humanos e cada vez mais metódicos e mecanizados? E o principal, eles perceberiam isso? Eles seriam contra isso?

De fato, existem grupos introvertidos e antissociais, grupos da geração milenium. É um fenômeno a ser estudado, por mais que esses jovens arrogantes acham que estão escolhendo ser assim, eles não passam de um fenômeno geracional, e é impossível não fazer um paralelo desse filme com o livro: "iGen: Por que as crianças de hoje estão crescendo menos rebeldes, mais tolerantes, menos felizes e completamente despreparadas para vida adulta" da psicóloga Jean M. Twenge.

Também me faz pensar no por que dos executivos do vale do silício só liberarem o acesso dos seus filhos aos celulares, video-games, computadores, redes sociais, quando eles já estão com seus 15 anos. A dopamina em excesso certamente causa dano nas crianças. Bem, desculpe-me por me desviar do assunto do filme, mas dá para perceber que esse filme está aqui pelo grande convite que ele faz à reflexão.

Enfim, esse não é um filme com testosterona, mas um filme que evidencia a falta de testosterona no homem moderno e a imaturidade de uma geração inteira, e nos faz refletir sobre a vida das próximas gerações e sobre os nossos relacionamentos.

Trailer:




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